quinta-feira, 27 de junho de 2013

Depoimento de Ivandro Fonseca traz novas revelações à CPI da Saúde em MS

O Secretário Municipal de Saúde de Campo Grande, Ivandro Fonseca, foi ouvido na tarde de hoje pela CPI da Saúde em Mato Grosso do Sul e fez uma declaração bastante preocupante; quatro mil médicos foram contratados por telefone no período de 2005 a 2012. As contratações eram feitas por Ouvídio Salvador Passareli, com o aval dos responsáveis pela Secretaria Municipal de Saúde da Capital nesse período. 

Segundo Ivandro Fonseca, as contratações foram constatadas durante uma das 106 sindicâncias instauradas na atual gestão. “As contratações dos quatro mil médicos foram feitas sem a recomendação mínima de abertura de edital. O senhor Ouvídio Salvador Passareli nos relatou durante as sindicâncias que recebia orientação dos gestores de saúde. Hoje, todas as contratações são feitas conforme determina a lei. Do início do ano até agora contratamos 301 médicos”, explicou. 

Conforme Ivandro Fonseca, hoje a Prefeitura Municipal tem convênios com todos os hospitais os hospitais públicos e filantrópicos, entre eles Santa Casa, Hospital São Julião, Hospital Regional, Hospital Nosso Lar, Hospital Universitário e Hospital do Câncer. “Baixamos uma resolução que criou a comissão de fiscalização e aplicação de recursos públicos, que tem como responsabilidade aferir na íntegra os repasses da Sesau para os hospitais filantrópicos. Estamos exigindo a prestação de contas de todos os hospitais referente ao período de janeiro até hoje”, disse. 

O secretário destacou que nas sindicâncias ficou constatado que praticamente a maioria das unidades hospitalares de Campo Grande apresentam sérios problemas. “No levantamento constatamos que 90% das unidades estão com problemas na estrutura e sem projetos complementares. Havia unidades que chove mais dentro do que fora. Tinha médicos atendendo na chuva. Equipamentos sucateados, além do cancelamento da licitação de medicação, o que impediu a melhor resolutividade do setor de saúde em Campo Grande”, salientou. 

Ivandro Fonseca explicou aos parlamentares que as sindicâncias em curso apuram irregularidades na manutenção da frota de veículos, superfaturamento na manutenção dos mesmos, denúncias de envolvimento de servidores para abertura de procedimento licitatório para aquisição de equipamentos, problemas nas escalas de plantões médicos, má gestão no atendimento às pessoas. 

Para finalizar, Ivandro Fonseca explicou que as 83 unidades em funcionamento na Capital do Estado não atendem a demanda populacional. “A cidade cresceu e precisamos aumentar o número de unidades. Temos que criar um hospital municipal. Classifico a saúde de Campo Grande com diagnóstico de emergência. A classificação da saúde de Campo Grande é crônica”, salientou.

Para o presidente da CPI da Saúde em MS, deputado estadual Amarildo Cruz, a oitiva de Ivandro Fonseca foi muito importante. “Seu depoimento foi muito elucidativo. Ficou constatado que contas de água vencidas da Santa Casa foram pagas com dinheiro de um fundo destinado à saúde. Já requeremos documentos e vamos pedir mais alguns com base nas declarações do atual Secretário Municipal de Saúde”, finalizou.

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