Segundo dados do relatório anual de Violência Contra os
Povos Indígenas no Brasil, divulgado no início do mês em Brasília pelo Cimi
(Conselho Indigenista Missionário), em Mato Grosso do Sul 30 indígenas se
suicidaram em suas comunidades. Os dados são ainda mais alarmantes ao analisar
que desse número 20% dos índios tinham de cinco a 14 anos de idade. No ano
passado, a mesma pesquisa mostrou que em 2015 o Estado registrou metade dos
suicídios no país, dos 87 cometidos, 47 aconteceram aqui. A maioria dos povos
Guarani Kaiowá.
O levantamento recente do Ministério da Saúde apresenta
também números que vão de encontro com as informações da entidade vinculada à
CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Conforme apontou, a taxa de
suicídio entre indígenas no período 2011-2015 é de quase três vezes maior de
não indígenas.
Em virtude de tais dados preocupantes, o deputado
estadual Amarildo Cruz (PT) na sessão
ordinária desta quinta-feira (26) apresentou um encaminhamento ao secretário
Nacional de Saúde Indígena, Marco Toccolini, para que busque providências no
sentido de apurar as denúncias do aumento do comportamento suicida na população
indígena de Mato Grosso do Sul, em especial, nas aldeias Limão Verde e Córrego
Seco, localizadas na cidade de Aquidauana, e na aldeia Buritizinho, em
Sidrolândia.
Para o parlamentar, é importante que seja criada ações às
comunidades e que esse assunto seja tratado com o governo Federal, Estadual e
Municipal. “É necessário o desenvolvimento de atividades para prevenir junto às
aldeias em todo Mato Grosso do Sul o comportamento suicida que é visto nas
pesquisas. É um assunto sério que deve ser levado e tratado por todas as
esferas públicas. De imediato, sugiro a contratação de equipes médicas, em
especial de psicólogos e ou outras especialidades em atenção à questão
denunciada. Também aconselho a inclusão das comunidades indígenas no orçamento
que garanta ações nas áreas social e econômicas, possibilitando cidadania,
respeito e direito à vida”, pontua o parlamentar.
O encaminhamento também foi direcionado ao coordenador Distrital
de Saúde Indígena, Edmilson Canale; ao procurador da República em Mato Grosso
do Sul, Emerson Kalif Siqueira; ao procurador Geral de Justiça, Paulo Cezar dos
Passos; ao governador do Estado de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja; ao secretário de Estado de
Saúde, Nelson Barbosa Tavares; e à secretária de Estado de Educação, Maria
Cecília Amendola da Motta.