segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Depoimento do diretor da Telemídia traz novos fatos à CPI

O depoimento do Diretor-Presidente do Consórcio Telemídia e Technology International, Naim Alfredo Beydoun, foi marcado por contradições em relação às informações colhidas durante oitiva da CPI da Saúde em MS com o ex-Secretário Municipal de Saúde de Campo Grande, Leandro Mazina e o atual responsável pela pasta, Ivandro Fonseca.

O principal ponto divergente entre os depoentes foi à entrega do Código Fonte do sistema. Leandro Mazina e Ivandro Fonseca declararam em seus depoimentos que não haviam recebido o Código Fonte, porém hoje Naim Alfredo Beydoun garantiu que entregou um deles, o de farmácia.  “Entregamos apenas o Código Fonte do módulo de farmácia. O restante não foi fornecido porque não conseguimos concluir a instalação do software”, falou. 

Segundo Naim Alfredo Beydoun, o sistema Gestão de Informação da Saúde já está praticamente implantado e pronto para funcionar.  “Já foi resolvido 96% da parte financeira e 95.4% da execução física. O sistema tem 12 módulos de sete deles já foram implantados. Desde o início da sua implantação, já agendamos 28 mil agendamentos”, disse.

Conforme o Diretor-Presidente do Consórcio Telemídia, no contrato firmado com a Prefeitura Municipal ficou determinado que a parte da rede transmissão de informações e o servidor eram de responsabilidade do Governo Municipal. “Esses pontos eram de responsabilidade do gestor público. Como o sistema é bastante moderno, ele trabalha com carga de imagens, capacidade maior suportada pela rede. Com essa constatação, a Prefeitura Municipal começou o procedimento para melhorá-la, porém os trabalhos foram suspensos este ano com a nova gestão”, esclareceu. 

De acordo com Naim Alfredo Beydoun, a implantação do projeto é feita em seis fases com 12 módulos.  “Os pagamentos eram feitos pelo Ministério da Saúde com base na entrega das fases de instalação do sistema. O software era composto de 75% de desenvolvimento e treinamento e o restante de transferência de tecnologia. Os anos anteriores foram de desenvolvimento e a última fase, a de implantação, começaria em janeiro de 2013”, salientou. 

Por fim, Naim Alfredo Beydoun se comprometeu em entregar documentos à CPI e convidou os parlamentares para conhecer pessoalmente o programa e seu funcionamento. Ele também se colocou à disposição para uma possível acareação com o Secretário Municipal de Saúde de Campo Grande, Ivandro Fonseca. 

Conselho de Saúde 

Os parlamentares ouviram, ainda, o Presidente do Conselho Estadual de Saúde, Alexandre Correa Bueno, o qual destacou que o principal problema do setor é a má gestão. “A saúde sofre sim com o número reduzido de recursos, mas a grande problemática está na má gestão da aplicação do dinheiro e em políticas equivocadas que não priorizam o público, mas o privado, como acontece nas terceirizações. Muitas vezes o gestor deixou o público deteriorar para contratar serviço privado pagando valores altíssimos”, esclareceu. 

Além disso, Alexandre Correa Bueno destacou que raramente as políticas apresentadas pelo Conselho Estadual de Saúde são levadas adotadas pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB). “Procuramos discutir os assuntos antes na entidade para que depois eles sejam implantados, mas na atual conjuntura os pontos abordados por nós não são considerados pela gestão. Ficamos sabendo da recusa dos aparelhos aceleradores lineares por meio da imprensa. Nunca a Secretaria de Estado nos procurou para discutir esse assunto”, relatou. 

Reconvocação 

Os parlamentares deliberaram também a reconvocação do prefeito de Naviraí, Leandro Peres de Matos, que vai ser ouvido na próxima segunda-feira (23). Sua oitiva já havia sido agendada para o dia 26 do mês passado, mas ele não compareceu alegando motivos particulares. 

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