Todos
os anos a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul concede a Medalha
Tiradentes, que é uma honraria oferecida pela instituição e destinada a premiar
pessoas que prestaram relevantes serviços à causa pública do Estado. Este ano,
um dos homenageados é o deputado federal do Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro
(PP-RJ), defensor do retorno do Regime Militar no Brasil e do confronto com
representantes do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis,
Transexuais e Transgêneros).
Além
disso tudo, Jair
Bolsonaro também protagonizou uma das cenas mais reprováveis e vergonhosas
feitas por um parlamentar. Em dezembro passado afirmou que só não “estupraria”
a deputada Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos, porque
ela “não merecia”. A ofensa foi promovida ao rebater um discurso dela, a qual
defendia a Comissão da Verdade e investigações sobre os crimes cometidos pela
Ditadura Militar no Brasil.
Penso,
então, que a homenagem não deva ser concedida a ele. Jair Bolsonaro está longe
de ser um Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes,
que é reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira,
patrono cívico do Brasil e também das Polícias Militares dos
Estados e herói nacional. Tiradentes
morreu lutando por uma sociedade melhor para todos.
Causa-me
perplexidade saber que a Polícia Militar decide homenagear esse cidadão. Há
pouco dias a Ordem dos Advogados do Brasil pediu ao presidente da Câmara
Federal a cassação do mesmo por campanha de ódio. Ele está sendo acusado de
quebra de decoro parlamentar devido à divulgação de vídeos
considerados difamatórios. Bolsonaro teria editado a fala de um
professor do Distrito Federal em audiências na Câmara para acusá-lo de
pedofilia e fez o mesmo com a fala de uma psicóloga. Ele
utiliza imagens de deputados a favor da causa homossexual para dizer que eles
são contrários à família.
Defendo
e reconheço a importância da entrega da Medalha Tiradentes, mas que ela
seja concedida para quem realmente mereça, e não para alguém que persegue
setores que merecem todo o nosso respeito. Penso que a instituição devia
rever sua decisão. Precisamos homenagear pessoas que lutam por um mundo melhor,
não aqueles que defendem um período que não deixou saudades. Viva a Democracia!
Viva um País Livre e sem Preconceitos!
(*) Amarildo Cruz é
deputado estadual e Agente Tributário Estadual
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