segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Audiência pública debaterá "Hanseníase - História, Avanços e Perspectivas"

Centenas de pessoas convivem com o trauma de terem sido separados de seus pais nas décadas de 70 e 80, por serem portadores da hanseníase, uma doença que naquela época não tinha cura ou tratamento. A doença que acometeu milhares de pessoas em todo o mundo deixou um rastro de tristeza, discriminação, dor e saudade. Muitas destas pessoas jamais reencontraram seus entes queridos.

Diante desta triste realidade, o deputado estadual Amarildo Cruz (PT) em parceria com o Mohran - Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase, realizará uma audiência pública com o tema "Hanseníase - História, Avanços e Perspectivas".  O evento será no dia 14 de setembro, às 14 horas, no Plenário Julio Maia da Assembleia Legislativa, em Campo Grande. 

A audiência tem o objetivo de sensibilizar a população e, principalmente o Governo Federal sobre o holocausto vivido por essas pessoas, além de discutir os avanços já conquistados por estas famílias, bem como as perspectivas, principalmente em relação às indenizações. “Hoje, pouco se houve falar sobre a hanseníase, uma doença que causou grande sofrimento a muitas famílias. Mesmo com a descoberta da cura da doença, a separação das famílias perdurou por muitos anos no Brasil e esse é um assunto que precisa ser amplamente discutido", explica  Amarildo Cruz.

O parlamentar ressalta ainda que os pais isolados de seus filhos já recebem uma indenização pelo transtorno causado na época, amparados pela Lei 11.520/07. Agora a luta é pelos filhos separados. "Os traumas psicológicos causados a essas famílias são irreparáveis. Os portadores da doença viveram um verdadeiro terror, sendo 'caçados' pela Guarda Sanitária e isolados de seus familiares em colônias. Muitas destas famílias nunca mais viram seus parentes. Por isso essa luta pela indenização é legítima", defende o parlamentar.

Um encontro de familiares e vítimas da hanseníase aconteceu no mês de junho na Casa de Leis e foi o ponta pé inicial para que o tema fosse debatido e aprofundado em Mato Grosso do Sul. Na ocasião, o coordenador nacional do Mohran, Artur Custódio falou sobre a tramitação do Projeto de Lei travado no Congresso Nacional para dar andamento aos processos de indenizações aos filhos segregados. " Se o Brasil indenizar os filhos segregados, será o primeiro País a reconhecer esse direito", explicou.

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