quinta-feira, 7 de abril de 2016

Falta imparcialidade na imprensa e no judiciário brasileiro

Deputado estadual Amarildo Cruz
Nos últimos meses presenciamos nas ruas do País várias manifestações pedindo o fim da corrupção, o impeachment da presidenta da República Dilma Rousseff, a condenação do ex-presidente Lula e até o absurdo do retorno dos militares no comando do Brasil. As pessoas têm todo o direito de expressar suas opiniões, de se manifestar, afinal de contas vivemos numa democracia.

O combate à corrupção sempre foi uma bandeira do Partido dos Trabalhadores. Várias vezes fomos às ruas pedindo o fim da corrupção no País e a prisão dos envolvidos em escândalos de desvios de recursos públicos. Hoje, a população que está indo às ruas continua cobrando o fim da corrupção em TODOS os partidos.

Infelizmente, boa parte do judiciário e da imprensa agem com parcialidade e perseguem determinado partido e seus militantes, ao mesmo tempo em que faz “vista grossa” para outras legendas e correligionários envolvidos em escândalos.

Não estou aqui dizendo que o judiciário não deve fazer seu papel e a imprensa não deve noticiar os fatos. Apenas quero expressar minha indignação quanto à parcialidade de muitos veículos de comunicação, de juízes, promotores, entre outros. “Estamos cansados de dois pesos e duas medidas”. A lei é igual para todos e deve ser aplicada conforme está prevista, assim como a cobertura jornalística não deve ter lado ou partido político.  Um judiciário parcial, que julga conforme a bandeira do partido, a conta bancária ou a influência política é prejudicial para toda à população.

Temos presenciado nos últimos dias uma série de reportagens condenando previamente o ex-presidente Lula e o governo da presidenta Dilma. Mas e os escândalos envolvendo o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), o senador Aécio Neves (PSDB), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, (PSDB), e tantos outros?

Os quatro já foram citados em diversos escândalos de desvios de recursos públicos, contas no exterior, aeroporto construído com dinheiro público em área particular e até o momento ninguém foi condenado pelas autoridades competentes. Todos os dias presenciamos manobras na Câmara Federal orquestradas por Eduardo Cunha para evitar o processo que pode resultar na cassação do seu mandato.

Cunha, que está envolvido em uma série de denúncias, é um dos parlamentares que apoiam o impeachment da presidenta da República Dilma Rousseff. Que moral ele tem para acusar a presidenta? Muitos dos políticos acima citados e outros parlamentares aproveitam o momento de dificuldades que o Brasil passa para criar uma crise política, usando a população como massa de manobra para tentar derrubar a presidenta Dilma Rousseff no tapetão.

A condução coercitiva do ex-presidente Lula foi um absurdo. Ele se quer havia sido citado pela justiça. Essa classe política e parte da elite brasileira precisa aceitar que perderam as eleições em 2014. A população escolheu um projeto que sempre teve compromisso com a maioria da população do nosso País, aquela parte da população que sempre foi deixada de lado pelos seus governantes, que não tinha acesso a bens de consumo, às universidades, às políticas públicas, enfim, a uma vida com dignidade.

Defendo que os envolvidos em irregularidades comprovadas sejam condenados e paguem pelos seus crimes. Mas que essa apuração aconteça em todos os partidos políticos, não apenas contra A ou B. Viva à Democracia! Golpe Nunca Mais!


*Amarildo Cruz é Deputado Estadual, Fiscal Tributário Estadual, Advogado e Pós-graduado em Gestão Pública.

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