Representantes de diversos setores da sociedade marcaram
presença na 5ª etapa de audiências públicas para discutir os impactos
devastadores que a extração do gás de xisto poderá causar ao meio ambiente e à
população de Mato Grosso do Sul.
Dessa vez, o debate promovido pelo deputado
estadual Amarildo Cruz (PT), em parceria com a organização não governamental
Coesus e os vereadores André Bezerra e Denis Thomazinni aconteceu no município
de Bataguassu.
O município está entre as 54 cidades
sul-mato-grossenses que poderão ser impactadas com uma eventual extração de
combustível fóssil na região, e integra a bacia do Rio Paraná no Estado e,
segundo análises da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP), tem área com potencial para extração do gás, utilizado como fonte de
energia.
Para o deputado Amarildo Cruz, a audiência pública visa
esclarecer a população sobre as consequências que a exploração do gás acarretará
no dia a dia das pessoas. “Nosso objetivo é informar a população e as
autoridades sobre as consequências que essa atividade pode causar, caso não
seja barrada. O assunto ainda é pouco conhecido, mas os impactos podem ser
desastrosos”, falou o parlamentar, lembrando que dos 26 municípios do Estado já
ofertados em leilão da ANP, Santa Rita do Pardo e Brasilândia tiveram suas
áreas arrematadas pela Petrobrás em 2017.
Autor do projeto de lei n° 0003/2018, que suspende por
dez anos a extração do gás em Mato Grosso do Sul, para que sejam realizados
estudos aprofundados a respeito dos reais danos na produção do combustível
fóssil, Amarildo Cruz Amarildo falou também sobre das riquezas naturais da
região que poderão ser impactadas, caso não sejam tomadas as providências necessárias.
“Nosso Estado está localizado sobre o Aquífero Guarani, a principal reserva
subterrânea de água doce da América do Sul e uma das maiores do mundo, e essa
riqueza natural pode ser contaminada caso não sejam tomadas providências, a fim
de evitar esse crime ambiental. Se não temos segurança sobre a atividade, precisamos,
no mínimo, ser precavidos", pontuou.
Bataguassu é a quinta cidade do
Estado a receber o debate. As audiências foram também realizadas nos municípios
de Campo Grande, Nova Alvorada do Sul, Santa Rita do Pardo e Três Lagoas.
Também participaram da audiência pública, o
vice-prefeito Akira Otsubo, Luiz Carlos dos Santos da MSGás, Suelita Rocker da
Coesus, lideranças comunitárias, vereadores, Manoel Agripino do presidente do Sindicato
dos Produtores Rurais do município, alunos e professores das escolas estaduais
Manoel da Costa Lima, Peri Martins, Luiz Alberto Abraham e Bráz Sinigaglia.
Técnica de
extração do gás de xisto
A técnica utilizada na extração do gás de xisto,
utilizado na geração de energia elétrica, é conhecida como fraturamento
hidráulico ou fracking, que ultrapassa as fontes subterrâneas de água, onde um
cano de aço, revestido por cimento injetado, leva água e produtos químicos e
sua pressão causa fraturas que liberam o gás, altamente poluente, e que
contamina a água, solo e ar.
Municípios de
Mato Grosso do Sul já ofertados em leilão da ANP
Água Clara, Anaurilândia, Angélica, Bataguassu,
Batayporã, Brasilândia, Campo Grande, Deodápolis, Ivinhema, Nova Alvorada do
Sul, Nova Andradina, Novo Horizonte do Sul, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante,
Santa Rita do Pardo, Taquarussu, Três Lagoas, Alcinópolis, Bandeirantes,
Camapuã, Cassilândia, Chapadão do Sul, Costa Rica, Inocência, Rochedo e São
Gabriel do Oeste.
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