Sob
a alegação de reduzir o déficit da Previdência em Mato Grosso do Sul, o Governo
do Estado pretende implantar uma Reforma Previdenciária que, se aprovada pela
Assembleia Legislativa, impactará negativa e diretamente a vida dos mais de 70
mil servidores públicos estaduais, entre ativos, inativos e pensionistas.
Para
discutir o assunto, o deputado estadual Amarildo Cruz (PT), em parceria com a Federação
dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) e o Fórum dos
Servidores Públicos Estaduais realiza na próxima terça-feira, dia 14 de
novembro, a audiência pública "Déficit
da Previdência - Sem Transparência, o Servidor Paga Essa Conta!". O
evento terá início às 13h30, na sede
da Fetems, em Campo Grande.
"Os servidores públicos de todos os
segmentos estão insatisfeitos com a proposta do Executivo, que mais uma vez,
quer jogar essa conta salgada da previdência no colo dos trabalhadores",
comentou o deputado que defende mais transparência no cálculo apresentado pelo
governo. "O governo divulga um déficit da previdência no Estado de R$ 1,2
bilhão, mas não mostra como essa conta é feita. Queremos debater amplamente esse
assunto para que essa questão que pode causar grandes prejuízos aos servidores
públicos de Mato Grosso do Sul seja resolvido da melhor forma possível",
pontuou.
O
presidente da Fetems, Jaime Teixeira afirma que a entidade é totalmente contra
a aprovação de qualquer projeto que não tenha sido discutido com as partes
envolvidas. "A FETEMS não apoia nenhum projeto sem discutir antes. Não
deixaremos passar na Assembleia Legislativa. É evidente que aumentou o número
de aposentados e temos preocupação com nossa aposentadoria, mas não podemos
aceitar uma Reforma Previdenciária que vem arrebentado com tudo", disse.
"Os
representantes do Fórum dos Servidores enxergam com profunda desconfiança a
proposição do governo sem antes dialogar com os servidores e em misturar uma previdência
altamente superavitária (segregação de massa) com o plano antigo, buscando na
verdade absorver milhões da Previdência para gastos em outras áreas, sendo que
no sistema atual em poucos anos o déficit estaria solucionado. Além disso, o
aumento da alíquota previdenciária patronal e dos servidores anula o ínfimo
reajuste salarial concedido neste ano, provocando o reajuste zero no ano que
vem", pontuou Fabiano Reis,
presidente do Sindijus.
Proposta
O
projeto do governo estadual enviado para apreciação dos deputados estaduais
inclui o aumento da alíquota de contribuição de todos os segurados de 11% para
14% e do patronal de 22% para 28%, a criação da Previdência Complementar ao
RPPS, revisão dos planos financeiro e previdenciário e a sistematização
(desfazimento da segregação das massas e reunificação do RPPS em um plano
único).
Serviço: A
Fetems fica localizada na Rua 26 de Agosto, nº 2296 - Bairro Amambaí
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